Diante do descompromisso e da irresponsabilidade do Governo do Estado, os médicos da Sesab vão aderir à paralisação do funcionalismo marcada para o próximo dia 6 de abril, quando os trabalhadores farão protesto na Governadoria, cobrando de Rui Costa a valorização da categoria. A decisão foi tomada em assembleia, realizada na noite desta terça-feira (14), no Sindimed.
Os sesabeanos voltaram a discutir a mobilização frente aos desmandos do Governo do Estado, que além de continuar precarizando as condições de trabalho em prejuízo do atendimento à população, já anunciou que este ano não dará reajuste aos servidores públicos. Na pauta da mobilização destaca-se a recomposição dos salariais, retroativa a 2015 e 2016, visto que está completando dois anos sem que os salários recebam sequer as perdas inflacionárias.
A farsa da reforma
Foi destaque também, na assembleia, uma análise sobre a proposta de Temer de reforma da Previdência. Para o advogado do Sindimed, Celso Vedovato, que há 17 anos atua no campo do direito previdenciário, o que está sendo apresentado não se trata de reforma mas de uma estratégia de desmonte da Previdência pública brasileira.
Segundo Vedovato, há mais de 10 anos a Previdência é superavitária. “Não existe déficit, o que há é uma utilização indevida dos recursos para outras despesas da União”, explica o advogado. “Dos R$ 600 bilhões, que é a arrecadação anual aproximada da Previdência, o governo desvia para outros fins algo em torno de R$ 150 bilhões através da DRU (Desvinculação das Receitas da União), criando assim um déficit fictício”, contabiliza Vedovato.
Após apresentar os dados comprobatórios do embuste que está sendo tramado, o advogado do Sindicato foi enfático ao afirmar que o momento é de mobilização e unidade para barrar esse projeto de desmonte. “Não se trata de partidarismos ou simpatias com os grupos A ou B, a questão aqui é clara: nós, o povo, contra eles, que querem desmontar a Previdência”, diagnosticou o Dr. Celso.
Pauta de reivindicações
Os médicos voltaram a elencar as reivindicações que estão sendo cobradas da Sesab. Para a categoria é fundamental a retomada da mesa de negociação, onde voltarão à pauta os seguintes itens:
Ao final da assembleia foi aprovada ainda a seguinte moção:
MOÇÃO DE REPÚDIO
Os médicos da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia – Sesab, reunidos em assembleia geral, repudiam publicamente a manifestação do Ministro da Saúde, Ricardo Barros, que, em reunião na Câmara de Vereadores de Curitiba, no último dia 13, comentou sobre possíveis desistências de médicos brasileiros em atuar no Programa Mais Médicos, com insinuações inverídicas e grotescas acerca de sua capacidade de trabalho, em vez de reconhecer que na maioria das vezes não são oferecidas condições laborais adequadas aos colegas patrícios.
Salvador, 14 de março de 2017
ASSEMBLEIA GERAL
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