DICA CULTURAL: DE MÉDICOS E POETAS, O MUNDO TEM MAIS POUCO

Postada em 16 de setembro de 2016 as 10:06
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1) Fiquei sabendo pelo nosso amigo comum a todos, Wilson Aragão, o fato que divido agora
 
 A poesia nordestina está de luto. O paraibano José Laurentino faleceu na tarde desta quinta-feira, dia 15, no Hospital Santa Clara, em Campina Grande (terra do melhor poeta paraibano que já se abaianou, um dia, Braulio Tavares). 

Zé Laurentino estava enfrentando um câncer no fígado, que causou o óbito.

O poeta era um dos ícones da literatura nordestina, sendo autor de poetas que retrataram os sentimentos, alegrias e tristezas do povo da região.

Nascido em 1943, em Puxinanã, José Laurentino da Silva publicou várias obras, dentre elas: Sertão, humor e Poesia; Meus Versos Feitos na Roça;Carta de Matuto; Na Cadeira do Dentista; Poesia do Sertão; Dois Poetas Dois Cantares [Parceria Edvaldo Perico]; A Grande História de Amor de Edmundo e Maria (Cordel); Poemas, Prosas e Glosas [1988]. 

Seus poemas revelam o quotidiano da vida dos sertanejos, e, como neste trecho cantado por Wilson, a linguagem  “do matuto” era a batuta. Confira

 

 
2) O Chacal (no caso, o pseudônimo de Ricardo de Carvalho Duarte) vem aí: Semana que vem, teremos uma primavera literária, em Salvador (confira demais informações, aqui)

 
Do seu livro, opa, de novo a editora é Braziliense, fazer o que.. 'Comício de Tudo: Poesia e Prosa', destacamos, como canja, o poema 'Caleidoscópio Cinemascope'
 
a vida é um cristal
que se reflete em pedaços
a vida como ela é
é a coleção dos cacos
 
vi um filme que Aladim
da lâmpada tirava um gênio
ele era James Dean
que tinha a cabeça a prêmio
 
eu parti do Irajá
passando por Paraty
eu ainda chego lá
até onde quero ir
 
vi um filme que Fellini
fez num ensaio de orquestra
tinha tiro de canhão
e acabava numa festa
 
se no mato me perdi
nesse mato me acharei
entre mais de mil picadas
numa delas sou o rei
 
eu vi Deus e o diabo
dançando na terra do sol
Glauber Rocha era o máximo
tão bom quanto rock-and-roll
 
minha estrada é um filme
cheio de amor e ódio
pra onde quer que me vire
cinemascope caleidoscópio.
 

 
Aproveitamos para saudar, em Martins Fontes, a figura do médico-poeta. Do acervo / oferta da editora que multiplica seu nome até, hoje, indicamos uma de muitas pérolas: 'O Retrato de Dorian Grey',vírgula (ou grande vírgula, como queiram) , adaptado por ninguém menos do que Clarice Lispector.

 
Lembrando a quem de noss@s leitor@s for a Santos (SP), que a livraria mais diversificada de toda a Baixada Santista tem por nome Martins Fontes, e vale entrar lá. Mas só se for devagar, reverentemente, pensando em nosso médico-poeta maior.
 

 
Dos médicos, passamos a um resgate de uma poeta baiana, cujo labor social também é destacável, mas mal se fala em seu nome, dado um topônimo: Amélia Rodrigues, que também foi teatróloga;
 
Amélia Rodrigues nasceu em Santo Amaro, em 1861, e escreveu também obras de literatura infantil, didáticas e cometeu lá seus romances.
 
Dela, trazemos, uma canja poética, 'A Minha Rosa', talvez mais necessária nessas brumas do Século XXI do que quando foi lavrada. 
 
 
Passeando em meu jardim,
Encontrei uma rosa …
Ela vinha, sem muito jeito
Machucando-se em seus próprios espinhos
E exalando um cheiro de luar!
Procurei dentre as suas pétalas
O testemunho da sua sinceridade.
E respirei o perfume cálido
A extravazar a alma da sua beleza.
Cativou-me o seu sorriso melancólico,
A sua tristeza inerte e absorta…
E aproximei-me mais e mais da sua consciência…
Quando nos tornamos uma
Fiquei sabendo quem era a minha rosa.
A minha rosa, essa rosa triste
Que coloriu os meus pensamentos…
A minha rosa que, em definitivo,
Arrastou minha vida para o seu destino…
A minha rosa, essa rosa triste
Era o Adeus! …
A minha última cartada.
 
Para quem queira presentear no Natal, vai uma sugestão 'certeira' e barata, salvo se a pessoa já tiver, claro:
 

 
'Quadras ao Gosto Popular', de Fernando Pessoa, obrigatório para bons humoristas, boas cabeças e boas famílias, por R$ 16,90 
 
E, se muit@s de noss@s colegas / leitores conseguirem ter a folga de dinheiro  justa no fim de ano, meu sonho de consumo ainda não realizado é esta caixa com a reprodução de todas as mais importantes revistas modernistas da década de 1920. O que inclui Pagu, Mario de Andrade, e o carinha que nos ensinou que a felicidade é a prova dos 9, Oswald de Andrade. Eu já vi este livro, na caixa, em recente conclave universotário em Salvador, por menos de 200 reais. 

Os próximos a ser lembrados: Pedro Kilkerry
 

 

 
e este médico e poeta 'sem fronteiras', moçambicano, o qual nos dará a chance de falar que Poços de Caldas está conseguindo realizar muitas coisas que não se faz mais em nossas plagas (vai entender…)



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