Fechamento de UPA e unidade de emergência atormenta a vida de moradores do Subúrbio

Postada em 31 de março de 2017 as 17:09
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A saúde pública na Bahia tem dois lados bem distintos: o dos gestores que têm na mão o poder da caneta (nem sempre exercido com bom senso) e o dos que sofrem em busca de atendimento. Deste segundo lado está seguramente a costureira Neide Santos Pessoa, uma dentre os milhares de moradores do Subúrbio que vêm passando sufoco com o fechamento da UPA de Escada e da Unidade de Emergência de Plataforma.

Desde dezembro passado, a UPA de Escada está fechada devido a problemas de contrato que poderiam ter sido resolvidos de houvesse boa vontade e responsabilidade. O Sindimed já havia alertado o governo do estado sobre este problema há pelo menos três anos. De nada adiantaram as cobranças e aconteceu o que todos temiam: fechamento por tempo indeterminado. Neide dos Santos sofreu na pele (e no bolso) as consequências disso quando saiu à procura de atendimento de urgência para uma sobrinha de 19 anos na última segunda-feira (27) à noite.

Sem outra alternativa no Subúrbio, elas saíram de Plataforma rumo à UPA de Periperi. Ao chegarem lá, por volta das 23h15, ouviram que a unidade só atende pediatria. Seguiram então para a UPA San Martin, que estava lotada e não tinha condições atender. Era então meia-noite e meia e elas foram aconselhadas a procurar a UPA Santo Inácio, bem longe dali, do lado oposto da BR-324, lá pras bandas de Mata Escura, Cajazeiras e outras áreas.

Até então, o meio de locomoção era o ônibus. Foi aí então que o marido de Neide, que as acompanhava, teve de lançar mão do Uber para se deslocar até a farmácia de um amigo no Caminho de Areia, Cidade Baixa. Ali, a paciente (e bota paciência nisso…) foi medicada e foram compradas duas caixas de medicamentos para a forte dor de estômago que motivou a procura por atendimento naquela tumultuada noite.

“Da minha casa (em Plataforma) à UPA de Escada é perto, dá pra ir andando”, lamentou Neide, que acompanha toda a mobilização pela reabertura daquele serviço e também da Unidade de Emergência de Plataforma, fechada para uma ‘reforma’ que, segundo os moradores, já dura uns seis anos. Desrespeito. Esta palavra está na ponta da língua de quem é perguntado sobre o que vem acontecendo no Subúrbio, onde dois serviços imprescindíveis foram fechados, sem estimativa de reativação.

Manifestações nas ruas, reuniões comunitárias e até audiência pública integram a mobilização dos moradores do Subúrbio na tentativa de resolver o grave problema

Manifestações, reuniões e até audiência pública integram a mobilização na tentativa de resolver o grave problema

Ao final de sua ‘peregrinação’ em busca de atendimento público para a sobrinha, Neide e o marido fizeram as contas do prejuízo: R$ 43 de Uber, R$ 70 pela consulta em uma clínica particular e R$ 80 por uma uma endoscopia. Total: R$ 193 e muita angústia e revolta com o descaso dispensado pelo poder público aos que não têm condições pagar por atendimento particular (e contribuem com impostos para bancar o sistema público).

MOBILIZAÇÃO

Desde o início do fechamento da UPA de Escada, o Sindimed vem dando apoio logístico aos moradores do Subúrbio e suas entidades representativas na mobilização pela reativação dos serviços de saúde. Reuniões na comunidade, convocações feitas com carro de som, cobertura e divulgação de manifestações não têm sensibilizado os gestores estaduais, para desespero da comunidade. Assim como Neide dos Santos, vários outros moradores devem passar por problemas semelhantes rotineiramente.

audiencia-plataforma

A mais recente tentativa para resolver o problema foi uma audiência pública realizada na terça-feira (28), para a qual foram convidados, dentre outras autoridades, representantes da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), que não compareceram e nem sequer deram uma satisfação. Em compensação, a plenária contou com aproximadamente 300 pessoas. Mas, a luta continua, avisa a diretoria do Sindimed. A audiência pública deliberou solicitar encontro com o governador do estado, com o prefeito de Salvador, manifestações em frente à Governadoria e Prefeitura.



Uma resposta para “Fechamento de UPA e unidade de emergência atormenta a vida de moradores do Subúrbio”

  1. Ariosvaldo costa de araujo (Crispim) disse:

    É sou morador e lider comunitario e estou muito triste pois nossos governantes ficam brigando numa queda de braço e deixando o povo passando vergonha a briga é pra ver quem faz a melhor festa , quem faz as melhores obras e deixando a saude em segundo plano é uma vergonha tudo isso mais não vamos nos calar é preciso termos postura e reivindicar nossos direitos não com badernas mais com protestos inteligentes tentaram nus para no dia 28/03/2017 mandando arruaceiros tentarem destruir nossa unidade luta legitima mais estamos ai creio que muito mais fortes um abraço a todos e que Deus nos abençoe

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