Fórum: Sindimed defende melhores condições de negociar remuneração com operadoras de saúde

Postada em 7 de abril de 2017 as 19:22
Compartilhe:


Processos que buscam garantir o respeito ao direito fundamental à saúde têm sido frequentes no Judiciário baiano e um dos assuntos mais importantes da realidade médica é a judicialização neste setor. Particularmente dentro do tema cooperativas de saúde, discutido nesta sexta-feira (07) num fórum promovido na Universidade Corporativa TJBA (Unicorp), o Sindimed deixou claro aos representantes da saúde suplementar que é necessário melhor condição de negociar honorários. Diante desta dificuldade, os profissionais decidiram se organizar em cooperativas.

forum-unicorp

Pelo menos nos últimos 20 anos, são as operadoras que vêm dando as cartas na área da remuneração e a cooperativa é uma forma de se defender numa briga verdadeiramente desigual. O presidente do Sindimed, Francisco Magalhães, negou que esta prática seja um “desvio de conduta”, mas uma estratégia para enfrentar o poder econômico dos donos de planos de saúde. “Os planos não negociam com os médicos nem com as entidades médicas”, assinalou observando que eles impõem suas tabelas ignorando a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM).

Lançada oficialmente em julho de 2003, a CBHPM serve como referencial para os valores dos serviços médicos. Para se ter uma ideia dos valores percebidos, geralmente apenas em torno de 10% de uma conta hospitalar (ou pouco mais que isso) são convertidos em honorários médicos. Os donos de planos alegam que são grandes os custos de insumos e outras despesas, o que dificultaria sobremaneira a concessão de uma remuneração mais expressiva. Na verdade, frente a uma indústria poderosa, como a farmacêutica, a solução mais cômoda e fácil para eles é sacrificar a remuneração da categoria médica, que reagiu formando suas cooperativas (o que, diga-se de passagem, não afronta a lei). Mas, não é o médico que tem que assumir o ônus dos planos de saúde.

No encontro na Unicorp, o Sindimed deixou claro que a categoria está permanentemente aberta ao entendimento. Se uma ou outra cooperativa eventualmente “se excede”, conforme alegam os operadores, isso não invalida a organização em defesa de remunerações mais justas e realistas. Aliás, não é de hoje que a categoria médica vem reafirmando que as operadoras de planos de saúde precisam garantir de forma urgente honorários dignos e com reajustes determinados em contratos.

Lamentavelmente, um número significativo de planos se recusa a negociar as reposições acumuladas dos honorários que são pagos aos médicos. Também lamentavelmente, o reajuste salarial só ocorre quando há conflito e mobilização, como paralisações e outras formas de protesto público.



Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Seguro Saúde

Vacinação

Perdeu seu posto de trabalho?

COVID-19 EPIs

Denuncie quem não paga:




Acompanhe o Sindimed:

    


  • sindimed.com.br ©2019 Todos os direitos reservados.