Oeste: Sindimed ouve queixas de arbitrariedade em Santa Maria da Vitória

O presidente do Sindimed, Francisco Magalhães, foi a Santa Maria da Vitória (oeste baiano) acompanhar de perto a grave situação dos médicos concursados diante de ameaças e medidas autoritárias atribuídas ao prefeito Renato Rodrigues Leite Júnior. As queixas são de que o novo chefe do Executivo determinou o cumprimento de oito horas diárias de trabalho, em horário administrativo, desconsiderando peculiaridades inerentes a cada especialidade médica e necessidades profissionais. As 40 horas semanais são devidamente cumpridas, conforme exigência do Executivo municipal.

A posição do prefeito é considerada desrespeitosa, inclusive porque ele inicia sua gestão contratando médicos de fora, a despeito da necessidade de concurso público (porta de entrada legítima dos médicos que atuam no município). São grandes as suspeitas de que o prefeito tente deliberadamente consolidar o clima de insatisfação na saúde municipal para forçar exonerações “voluntárias”. Mais do que isso, esta seria uma tática para criar situação propícia à adoção da famigerada terceirização da saúde pública também naquele município (distante de Salvador 870 km).

O presidente do Sindimed, Francisco Magalhães, já procurou o Departamento Jurídico da entidade para discutir medidas judiciais contra as pressões sobre os médicos, atribuídas ao prefeito, “e também contra o uso de termos ofensivos à classe médica”. Um dos médicos de Santa Maria disse que no período fevereiro-março os profissionais tiveram indevidamente descontados em seus contracheque sete dias de trabalho, sob a alegação de descumprimento da jornada estabelecida pelo gestor municipal. Ainda segundo o denunciante, a então diretora do Hospital José Borba (de prenome Vanessa), “contratada pelo próprio prefeito”, assegurou que as jornadas foram devidamente cumpridas e acabou sendo exonerada.