História

Postada em 9 de setembro de 2016 as 14:39
O Sindimed foi fundado em 12 de dezembro de 1934 (era Vargas), mas só foi reconhecido pelo Ministério do Trabalho em janeiro de 1937. Sua primeira diretoria foi eleita em 1941.
O primeiro presidente do sindicato, Antônio Luiz Cavalcanti de Albuquerque de Barros Barreto, assumiu em 25 de março de 1941, afirmando que era o início de uma nova era para a classe médica da Bahia. No dia 1° de maio de 1943, Barros Barreto inaugurou a sede do Sindicato na rua Cipriano Barata, n° 1, evidenciando o estreito laço entre o Sindicato e o governo.
Em 1943, a diretoria decidiu que a comemoração do dia do médico seria na data dedicada a São Lucas – 18 de outubro -, com celebração de missa e palestra.

Em 1944, Barros Barreto realizou apenas três assembléias em um ano, promoveu uma pesquisa para a instalação da biblioteca do Sindicato, pedindo sugestões de livros e revistas. Entre as cartas que recebeu em resposta, uma sugeria que o sindicato editasse sua própria revista para discussão de assuntos científicos, assuntos socialistas, e que publicasse artigos em benefícios da reabilitação do médico, que no momento atravessava uma fase de desmoralização.
Em 1945 uma assembléia foi convocada para apreciar o anteprojeto do salário mínimo, que foi aprovado por unanimidade. No ano seguinte realizou-se nova assembléia para que os associados tomassem conhecimento e subscrevessem uma moção ao presidente da República – então o general Eurico Gaspar Dutra –, solicitando os benefícios do salário profissional. Nos registros do Sindicato, consta apenas esta atividade em favor da obtenção de um salário profissional para a categoria.

Desativação do sindicato

Em 1950, com a morte de Barros Barreto o Sindicato dos Médicos foi desativado, a documentação entregue à Delegacia Regional do Trabalho e o arquivo guardado em uma alfaiataria que funcionava em cima da Loja Primavera, na Praça da Sé. Em 1955 foi nomeada uma Junta Governativa, tendo como presidente o médico Raimundo de Matos Pedreira de Cerqueira, para em três meses reorganizar o sindicato e convocar eleições.

A primeira reunião da Junta Governativa, em 18 de novembro de 1955, no salão da Associação Bahiana de Medicina, na Avenida Sete de Setembro, n° 48, deliberou sobre a necessidade de divulgar na categoria a recém promulgada lei do salário mínimo dos médicos e dar ciência aos empregadores da existência da lei e da intenção de fiscalizar o seu cumprimento.

Três dias depois a Junta voltava a se reunir e, entre outras decisões, registra-se a de contratar três funcionários. Um deles seria um advogado, para fins de funcionamento dos serviços de assistência jurídica e orientação legal dessa entidade. Decidiu também solicitar um auxílio à direção do Fundo Social para instalação imediata da sede social.

Em reunião, no dia 26 de novembro de 1955, a Junta Governativa elabora um programa para incentivar o interesse da classe médica pelo Sindicato, onde constam: obtenção de descontos para os associados na compra de utilidades, material e instrumentos médicos, livros nacionais e estrangeiros, passagens nos transportes aéreos, marítimos e ferroviários, realização de conferência, organização de cursos e obtenção de bolsas de estudos, além da exibição de filmes científicos, documentários e de diversão. A este programa, que seria cumprido pela diretoria a ser eleita em fevereiro de 1956, a Junta Governativa acrescentou outros itens: estudos e pesquisas sobre o custo de vida e a população de Salvador, e fazer publicar o boletim mensal do Sindicato dos Médicos. O objetivo era fundamentar o requerimento do Sindicato para a mudança de capital da segunda para a primeira categoria na classificação das localidades, com reflexos no quantum do salário mínimo dos médicos.
Em 23 de dezembro de 1955, Raimundo Pedreira, presidente da Junta Governativa foi informado que o Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro planejava lançar a idéia de uma Federação Nacional dos Médicos.

Novo impulso

No dia 8 de fevereiro de 1956 foi eleita a diretoria que dirigiu o Sindicato no biênio 56/58, tendo como presidente o Dr. João Torres. À assembléia de eleição, já na sede social, na Avenida Sete, 48, compareceram 70 associados. Nesta mesma assembléia foi aprovada a filiação do Sindicato à Federação Nacional dos Médicos. Na ocasião o presidente da Junta Governativa que encerrava o mandato, Raimundo Pedreira, declarou que o Sindicato da Bahia era um dos primeiros a atender à solicitação do Sindicato do Rio para a criação da Federação Nacional.

O Sindicato passou a interferir na vida política do Estado. Em 1958, respondendo pesquisa do jornal A Tarde, foi um dos primeiros a traçar o perfil do governador que deveria ser eleito em 3 de outubro de 58. Iniciou o sindicato nessa época a efetiva fiscalização do cumprimento das leis que beneficiavam os médicos.
O primeiro boletim editado pelo sindicato registra que o IBIT, o Hospital Português, a Associação dos Empregados no Comércio, e a Cooperativa dos Rodoviários, haviam se enquadrado, após interferência do Sindicato, no cumprimento da lei do salário mínimo. O mesmo não aconteceu de imediato com a LBA e o Sesi, com os quais foi necessário negociar um acordo.

A Primeira batalha enfrentada por essa diretoria foi contra o Hospital Santa Terezinha, que tinha como conselheiro o então deputado Waldir Pires. Diversas reuniões foram realizadas na tentativa de chegar a um acordo que permitisse o cumprimento da lei sem que se efetuassem demissões. Não conseguindo, o sindicato apresentou reclamação à Justiça do Trabalho, a primeira de que se tem notícia. Na gestão João Torres foram criadas quatro delegacias regionais, no sul do Estado, em Santo Amaro, Feira de Santana e Jequié.

Ditadura

Com o golpe de 1964 e a ditadura militar, os sindicatos que resistiam eram desmantelados. Sindicalistas e políticos presos, torturados, exilados, cassados de suas atividades. Muitos médicos baianos foram presos, segundo testemunho do então presidente do Conselho Regional de Medicina da Bahia, João Torres. Nada consta em atas de reunião de diretoria ou de assembléia que o Sindicato tenha feito algo em benefício desses médicos. Naquele tempo o Sindicato estava preocupado com a criação do Clube dos Médicos da Bahia.

Renasce o Sindimed

O clima de insatisfação com o Sindicato era grande. Os médicos então se organizaram e criaram o movimento Renovação Médica, com o objetivo de imprimir mais comprometimento com os interesses da classe. Esse movimento, que teve seu embrião em meados dos anos 70, mais precisamente em 1976, tomou conta do Brasil inteiro. O primeiro presidente do Sindimed nesse período foi Antônio do Vale Filho. Havia entre esses médicos uma grande preocupação de sindicalizar e mobilizar os colegas. Em apenas um ano, conseguiram elevar de 500 para 1500 o número de associados quites com o Sindicato.

A realidade do País nessa época era grave. Crise, recessão, arrocho salarial, polícia nas ruas reprimindo as greves e manifestações populares. Na área médica verificava-se o crescimento da medicina empresarial, constituindo-se numa atividade geradora de lucros que, para tal, necessita do trabalho assalariado de um número cada vez maior de médicos.
O Sindicato reagiu. Várias lutas e ações ocorreram, como a reativação do departamento jurídico, a retomada da publicação do boletim, a criação do jornal do Sindimed; vieram conquistas salariais, engajou-se na campanha nacional pelos médicos do INAMPS, plano de cargo, lutas pela liberdade democrática, eleições livres em 1982, contra a perseguição política aos médicos do Estado, contra a prisão e pela libertação dos presos políticos.

Grande conquista

Em 1990, eclodiu uma das greves mais acirradas e radicais da classe médica e do Sindimed, quando os profissionais da saúde, apoiados pela população, suspenderam o atendimento de emergência no HGE e do Roberto Santos, durante 30 dias. A greve só foi suspensa depois de um acordo que estabelecia um aumento de sete salários mínimos, quando o salário do médico, até então, não chegava a três salários. Este foi o movimento mais forte que o Sindimed já promoveu e o primeiro que ousou parar a emergência dos hospitais. O momento representou não só o fortalecimento do Sindicato como o seu crescimento. Foi nessa mesma década que o Sindimed criou sua gráfica e informatizou-se.

Nos últimos anos, as falsas cooperativas e o Programa Saúde da Família (PSF) foram motivos de grande luta para o Sindimed. Em 2001 o sindicato formalizou denúncia no MPT contra as cooperativas, decorrente das críticas dos médicos pela isenção dos direitos trabalhistas. Em 2007, depois de muita batalha, decretou-se o fim das falsas cooperativas por inidoneidade das mesmas.

Já com o PSF o Sindimed sempre esteve lado-a-lado, oferecendo palestras de aperfeiçoamento técnico, congresso exclusivo para os temas do Programa e participando ativamente das assembléias dos servidores.

Nos últimos anos, o Sindimed tem participado de várias ações pela valorização da classe médica, com destaque para a luta contra a precarização das relações de trabalho. Denunciando à Justiça, a existência de falsas cooperativas, com o objetivo de restabelecer a normalidade nas relações de trabalho com os órgãos do Estado, através dos contratos diretos dos trabalhadores.


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