Em audiência que discutiu a saúde municipal na Câmara de Vereadores de Candeias, nesta sexta-feira (10), o presidente do Sindimed, Francisco Magalhães, voltou a criticar os atrasos salariais e a terceirização da gestão nas unidades públicas.
O encontro foi uma iniciativa da Comissão de Saúde da Câmara daquele município da RMS distante 50 km da capital. Representantes de vários segmentos se manifestaram e não faltou crítica à qualidade da saúde pública prestada na rede. A comunidade é atendida por um Posto de Saúde da Família (PSF), um Centro de Atenção Psicossocial (Caps), uma Unidade Básica de Saúde (UBS), o Posto Luís Vianna Filho e o Hospital Ouro Negro.
Magalhães lamentou que a saúde de Candeias tenha sido entregue à cooperativa Mais Vida (apontada como falsa cooperativa) e à empresa terceirizada Humanizar. Queixou-se que os gestores públicos priorizam a parte da terceirização em detrimento da pontualidade do pagamento salarial e da qualidade do atendimento à população. “Tem médicos ainda mais desmotivados, sem receber o salário de fevereiro e outros nem sequer tiveram janeiro pago”, observou assinalando que frequentemente as terceirizadas alegam não ter pago devido à ausência de repasse de verbas por parte dos governos.
Outro assunto abordado por Francisco Magalhães foi a redução do valor dos plantões, conforme queixas ouvidas de alguns médicos. “Não aceitaremos esta redução”, observou ao mesmo tempo em que voltou a defender o concurso público em lugar da contratação na modalidade pessoa jurídica, que não contempla direitos trabalhistas históricos.
CIDADE RICA, POVO POBRE
Ao lado de Camaçari, São Francisco do Conde e Simões Filho, Candeias também participa da rica cadeia do petróleo, recebendo anualmente repasses milionários em forma de impostos. Contudo, é grande a concentração de renda no município (assim como em seus vizinhos da RMS), fruto de uma política socioeconônica desigual, que também penaliza o setor de saúde.
Bacana.