O Sindimed está engajado na mobilização contra a exigência, por parte do estado, de que associações e sindicatos de servidores públicos inscritos no Cadastro Central de Consignatárias do Poder Executivo do Estado da Bahia apresentem junto à Superintendência de Recursos Humanos da Secretaria da Administração documento individual comprovando a filiação do servidor e autorizando expressamente o desconto em folha de pagamento em favor da entidade a título de mensalidade social. 

 

Por entenderem a exigência como, no mínimo, uma tentativa de ingerência nos movimentos de classe, representantes da Fetrab, Sindsaúde, CTB e APLB Sindicato participaram nesta terça-feira (17) de uma reunião no Sindimed. Eles decidiram orientar todas as entidades diretamente envolvidas na questão a suspederem imediatamente o envio de fotocópias com informações cadastrais de seus integrantes. A orientação é aguardar as próximas deliberações de uma mobilização que, inclusive, conta com apoio jurídico oferecido pelo Sindimed.
 

Outro encaminhamento aprovado na reunião foi a solicitação de uma audiência com o governador Rui Costa, onde os representantes dos trabalhadores deverão reiterar o interesse em ver suspensa a portaria nº 2.477, de 07 de dezembro de 2016, em que a Saeb determina a apresentação dos documentos.  Esta determinação da secretaria segue orientação de parecer exarado em processo (nº 0200160468601) da Procuradoria Geral do Estado. O presidente do Sindimed, Francisco Magalhães, bem como outros líderes de classe, querem ser informados claramente sobre os critérios que levaram a Procuradoria Geral do Estado a fundamentar tal exigência, feita por parte do governo do estado.

 

Marinalva Nunes, da Federação dos Trabalhadores Públicos do Estado da Bahia – Fetrab – manifestou o desejo, inclusive, de estender esta discussão nacionalmente, sobretudo junto às centrais sindicais e Confederação dos Servidores Públicos do Brasil. Além de solicitar uma audiência com Rui Costa (que por sinal é oriundo do movimento sindical baiano) e judicializar a questão, os participantes desta mobilização aventam a possibilidade de também procurar líderanças parlamentares em defesa do que consideram sagrado, a autonomia e o não monitoramento da atividade sindical.

 

CAMPANHA SALARIAL

 

A reunião no Sindimed também aprovou o calendário de mobilização da Campanha Salarial de 2017, que sinaliza assembleias das categorias até 16 de março. Um indicativo de paralisação estadual está definido para 6 de abril. A categoria está inconformada com o reajuste zero do governo Rui Costa e aprovou a judicialização da questão. Os trabalhadores exigem reposição salarial conforme o índice inflacionário, que corroeu duramente o poder de compra do trabalhador em 2016. 

 

Outra deliberação das lideranças reunidas no Sindimed foi a de lançar um movimento pela aquisição do antigo Hospital Espanhol, pelo governo do estado, e sua conversão numa espécie de "Hospital do Servidor Público do Estado da Bahia", a ser administrado pelo Planserv. Na opinião dos representantes sindicais, o governo tem plenas condições de atender ao pleito, o que seria sim uma real demonstração de interesse em oferecer à população atendimento de saúde mais global. A expectativa é de colocar de imediato nas ruas faixas pedindo apoio para esta campanha.

 

Fechado desde setembro de 2014, um dos mais tradicionais hospitais do Brasil transformou-se num 'elefante branco' devido a graves problemas de gestão. No fim das contas, os mais prejudicados com isso estão sendo os profissionais de saúde e o público que era atendido pela instituição. A Justiça decidiu, inclusive, leiloar o Hospital Espanhol, para pagar dívidas trabalhistas que há muito tiram o sono de inúmeros médicos que lá trabalharam. A Real Sociedade Espanhola de Beneficência não teve êxito na tentativa de alienação particular do hospital cujo débito trabalhista é estimado em cerca de R$ 135 milhões.